Ler nas entrelinhas

O excesso de informações através da internet está ajudando ou prejudicando? 
Claro que quanto mais se aprende, melhor. Mas realmente estamos aprendendo alguma coisa com tanta informação "chovendo" sobre nós? Como lidar com isso?
Atrás dessa telinha ficamos mais ousados, conseguimos nos comunicar melhor? Ou mais?
Mais leitores, mais opiniões, mais "coragem" para nos expressarmos?
Nunca leio uma notícia sem pensar se tem fundamento. Há notícia que se sabe com uma olhadela que é fraude, ou brincadeira, com um fundo de verdade, mas sem consistência.Melhor não divulgar. 
Mas com que prazer algumas pessoas fazem isso, sem pensar que será lido por quem tem e quem não tem discernimento. Por isso acho tão assustador que um computador fique nas mãos de uma criança, sem que um adulto monitore o que está sendo visto e lido.
O fato de se ter  muita informação não quer dizer que essas informações sejam apenas boas. a maior parte do tempo, o que é bom de ser lido passa de liso, e o que podia passar desapercebido toma a frente.
Às vezes me assusta ver tanta gente nova desinformada, achando que sabe de tudo e pode opinar sobre tudo. Opinião é pessoal, mas tem que ser embasada em conhecimento. E muitas vezes se ouve cantar o galo, sem saber onde, e se repercute o som, apenas.
Não que eu, aos 60, saiba  mais do que você, aos 20 anos. Com a correria da vida e os assuntos se empoleirando, todo mundo que se interessa pode ter uma capacidade de aprender rápido. Minha lista de amigos de verdade é extensa e totalmente diversificada em idade. Às vezes leio um texto de algumas dessas pessoas e me sinto pequenina, em ver que aos 20 anos alguém pode ter uma sabedoria que só a idade pode nos dar. Ou eu pensava assim. Mas diante de tanta informação, quando se sabe aproveitar, o enriquecimento intelectual é enorme. 
Outro dia mesmo falava com o filho em como eles têm informação e podem ler e assistir a um vídeo esclarecedor, de um Mário Sergio Cortella, por exemplo. Viver se aprende na prática, mas como é bom poder ouvir a quem nos toca o coração, sem querer apenas doutrinar, mas mostrar caminhos e possibilidades.

"A tecnologia nos proporcionou a velocidade. Mas, em vez de usá-la apenas para fazer as coisas rapidamente, nós passamos a viver apressadamente. Assim como existe uma grande diferença entre cansaço e stress, existe também entre velocidade e pressa. Eu quero velocidade para ser atendido por um médico, mas não quero pressa durante a consulta. Quero velocidade para ser atendido no restaurante, mas não quero comer apressadamente. Quero velocidade para encontrar quem eu amo, mas não quero pressa na convivência. Tempo é uma questão de prioridades. Muita gente argumenta não ter tempo para a espiritualidade, para cuidar do corpo. E segue nesse ritmo apressado até sofrer um infarto. Se não for fatal, o infarto funciona como um sinal de alerta. O dia continua a ter 24 horas, mas quem sobrevive passa a acordar uma hora mais cedo para caminhar e se exercitar. O impulso espiritual também é um sinal de alerta. Não há pressa em segui-lo. Mas cuidado: é muito arriscado adiar indefinidamente para o ano que vem." (Daqui)

Então, para emitir uma opinião, seja até sobre a cor de uma roupa, temos que pensar no que gostamos, em como, quando, onde usar, mas principalmente que a minha não é a verdade absoluta. e se você pensa diferente, melhor para nós, que podemos trocar ideias. Aprendo um pouco com você e você aprende comigo. Não somos melhores nem piores por pensarmos diferente. 
E sempre, gentileza, por favor. 




4 comentários:

chica disse...

Lúcia, como sempre que te leio, vejo equilíbrio e pertinência em tuas palavras! Temos mesmo que cuidar com as informações que nos chegam e antes de passá-las adiante como verdade, cabe a Nós investigar, tentar saber mais... Gostei do tema. Sempre importante! beijos, linda semana, tudo de bom,chica

Toninho disse...

Um situação muito perigosa mesmo Lucia. A velocidade das informações e não limitação destas. Como bem disse há uma tromba d'agua de novas tecnologias e com elas a facilidade de comunicação e como toda torrente os perigos existem e há que se ter cuidado e muito cuidado como as pessoas acessam e usam estas informações.Com o advento das redes este perigo tornou-se mais ativo. Há um grupo de pessoas que aproveita da curiosidade das pessoas e lançam sobre elas todas suas maldades, toda sua canalhice. Exploram o coração bom, o jeito solidário dos brasileiros com pedidos falsos desde dinheiro até doação de órgãos.O povo está tão desligado, que mensagens falsas de 2008 ainda vem circula pela rede como uma coisa nova.Falta maldade e pesquisa. Há um site http://www.e-farsas.com/ que vive diariamente cuidando de desmascarar estas mensagens.Enfim Lucia, há uma evolução na comunicação, mas há uma despreparação para fazer o bom uso desta.
Um tema bom para uma ampla reflexão do que e ganha e perde nesta onda virtual.

Um carinhoso abraço mineiro.

Misturação - Ana Karla disse...

Lúcia, as informações tomam conta diariamente de nossas mentes, mas confesso que as vezes a cabeça está tão intoxicada que nem consigo distinguir o que estou lendo. É nesse momento que dou aquela parada, respiro, faço outras atividades e sigo adiante.
Gosto muito de Mário Cortella, do jeito que nos apresenta a nós mesmos.
E vamos cuidando da saúde com tempo.
xero

Cristina Pavani disse...

Olá, Lucinha!
Texto inteligentíssimo, como sempre. Também me preocupo com as crianças entregues à Net indiscriminadamente.
Os adolescentes passam o tempo todo clicando no celular, num limbo entre a realidade e a virtualidade.
Mães de família estão comendo de marmita por "falta de tempo" para cozinhar, mas nunca falta tempo para as redes sociais.
Com diz Cortella: "Não podemos anestesiar nossa consciência e achar que tudo é normal".

Beijin prcê