Aécio ou Dilma?

"Na verdade, não temos muita escolha...Não me sinto segura pela posição tomada, mas também não ficaria em cima do muro. Jamais deixaria de usar o meu DIREITO de votar. Votar em branco, anular voto, não é exercer a cidadania. Não sou pessimista, acreditei e ainda acredito, mas ninguém conseguirá levar o Brasil pra frente se não for a par e passo com todo o povo, principalmente o contribuinte. Repito, nós pagamos as contas, eles têm que nos respeitar."
(Lúcia Soares, texto de 08/10/14)


O debate de ontem, (14/10/14) foi um desrespeito, um acinte à inteligência de qualquer um de nós, brasileiros. Não me senti segura com nenhum dos candidatos. O passado os condena, mas como viver do passado? Como não esperar que Aécio, aos 54 anos pense diferente e com mais lucidez do que aos 30 anos? Como ainda acreditar num (des)governo que está no comando há 12 anos e estamos no mesmo passo? 
Não vou "culpar" D.Dilma de nada, pois de uma pessoa que nem sabe se comunicar com clareza, sem "decorebas", que quando precisa pensar no que está falando se perde, gagueja, muda de assunto, entendo que há muita gente por trás, e gente mal intencionada, espero pouco dela . 
Falar que o PT não fez nada é ignorância nossa, pois está claro que ele fez  muita coisa boa e as ruins se sobressaíram porque foi muita bandalheira. 
Como se orgulhar de distribuir dinheiro aos menos favorecidos, sem dar a eles nenhuma melhora de vida? Como ignorar que há lugares nesse Brasil onde ainda faltam luz e água, itens básicos para qualquer vida? Política social é fundamental, porque somos um pais ainda com miséria, muita miséria, nem precisa ir a norte e nordeste, aqui em Minas temos uma das regiões mais pobres, que é o Vale do Jequitinhonha.
Como aceitar que uma emissora de TV mande num país?
Um debate sério teria que ser, no máximo, às 21h, para terminar às 23h, pois a massa dos cidadãos dorme cedo.

Quem se levanta às 5h, para dar aulas às 7, por exemplo, dorme no máximo às 22h. Não há como aceitar tantas pequenas coisas que, somadas, se agigantam.
Não dá para aceitar enganação da emissora que promoveu a contenda, com vídeo gravado, como se os candidatos tivessem chegando naquele  minuto e depois o próprio áudio dizendo que "o debate se iniciará às 22h15, aqui na..." e já eram quase 22h30, mas a outra emissora ainda não tinha liberado o horário, com sua novelinha de quinta.

Desde que leio e me interesso em conhecer o minimamente necessário de política, vivo a mesma situação. Nada se resolve por aqui e nos contentamos em ser sempre "o país do futuro".
Seria loucura não admitir todos os benefícios que o governo PT trouxe para o país. O que tirou o PT do páreo, espero eu, foi a corrupção gigantesca que se alastrou. As decisões primárias da governante, como a importação de médicos cubanos. Como se associar a um país como Cuba? Como acreditar em Chaves, de triste memória, em Moralez, ditadores de primeira linha, sem ter medo quanto ao nosso futuro? 
Como não entender, entra governo, sai governo, que um país se faz com pessoas fortes, pensantes, e a educação tem que ser prioridade?
Saúde é fundamental e também é natural, adoecemos, temos que ter atendimento médico e ponto.
Mas com educação, até as doenças são secundárias, porque mais informados podemos nos prevenir.
Como dar dinheiro, por 12 anos, a tantas família, milhões de assistidos, bilhões de reais, sem dar a essas famílias condições para melhorar, realmente, de vida?
Como não colocar crianças e adolescentes em horário integral nas escolas e adequar esse horário ao do emprego da mãe, para que ela busque esse filho e passe o resto do dia com ele?
Como exigir de patrões que eles paguem FGTS, creche, ônibus, plano de saúde para seu empregado domiciliar, como se fosse uma empresa? De onde tirar esse dinheiro?
É justo o trabalhador doméstico (empregada/o, faxineira/o, jardineiro/a, motorista) não ter o respaldo de um dinheirinho, se ficar desempregado? Não é, claro. Mas esse dinheiro pode vir do governo, de acordo com a contribuição de IR que o patrão tem. Por que ainda não foram votadas essas questões? Por que o governo vetou o desconto no IR sobre o salário pago ao empregado doméstico? Porque é um dinheiro grande que ele terá que deixar com os patrões, já tão cheios de encargos a pagar.
Mas ele é empregado doméstico por falta de oportunidade de ter estudado, na maioria dos casos. Ou por gosto mesmo. A minha última empregada me disse que não queria se "fichar", que tinha sido chamada para trabalhar num restaurante, mas não queria trabalhar aos sábados e domingos, nem à noite, nem com tantos descontos no salário, como viu que a amiga tinha. Trabalhando em casa, ela tinha o salário total, INSS pago sem desconto, ônibus pago integralmente por mim. Chegava às 8h, ou 8h30, ou 9h (sempre a cidade em engarrafamento...) e saía assim que acabava o serviço e como era esperta e "matava" alguma coisa, isso se dava quase que religiosamente, entre as 14h30 ou, no máximo, 15h. Enfim, culpa da patroa, também...
Isso, só para ilustrar uma situação pequena. Os problemas são outros, bem maiores, e todos passam pela educação.
Trabalhei em uma escola de Medicina, que tinha atendimento ambulatorial. A semana toda, filas grandes. Véspera de feridos prolongados, misteriosamente a fila se acabava...Ninguém para marcar consulta, afinal, a doença podia esperar o feriado passar. Nada justifica nossos postos de saúde serem precários, nossos médicos terem medo de trabalhar em regiões "perigosas", como nas comunidades mais pobres. Isso justifica trabalhar mal? Não justifica e nem todos trabalham mal, a maioria insiste em cumprir seu dever, mesmo com medo. Onde impera o respeito pelo ser humano, aí até o maior bandido vai se curvar ao bom profissional, que luta para salvar vidas. 
Há um desrespeito generalizado, todos estamos com "estopim curto", cansados de anos e anos de luta, dando murro em ponta de faca.
Não quero números, senhores presidenciáveis. Não quero saber o que passou, eu VIVI o que passou.
Quero saber é daqui pra frente. 
Quero ver o dinheiro aparecer, não ir para os bolsos dos mesmos.
Sim, porque enquanto tivermos Sarneys vivendo às nossas custas, Malufs, Genoinos, Dirceus, Pimenteis, Roris, Arrudas, Suplicys, Collors, Calheiros, Genros, Lobões, Cardosos,  e tantos tantos tantos, seja de que partido forem, todos farinha bichada, do mesmo saco. E o pior é que não há luz no fim do túnel quanto a políticos bem intencionados, porque o que a maioria quer é fazer sua vida, o país que se dane.
E não é só no Brasil, isso é universal e atemporal.
Mas ainda dizemos que "roubem, mas façam"!
Não quero citar números, pois não sou como D. Dilma, que os sabe de cor e nem vou parar para colar, mas sabemos que o Brasil recolhe bilhões ou até trilhões de impostos, até para respirar se paga, e para onde vai esse dinheiro? 
Cadê estradas? Cadê mobilidade urbana? Cadê bons ônibus, circulando pelas cidades, levando os cidadãos com conforto para o trabalho? Enquanto carros importados desfilam pelas ruas, principalmente em Brasília? E os ônibus da cidade são mais velhos e feios e descuidados do que os mais velhos e feios e descuidados de BH, que é onde vivo e de onde posso comparar? E de Brasília falo com conhecimento, pois tenho ido lá duas ou três vezes por ano.
Qual a vantagem de tanto concurso público, inchando a máquina administrativa, salários altíssimos para cargos de segundo grau, embora a escolaridade exigida seja a de terceiro...
Se eu fosse concursada, se meus filhos fossem concursados, garanto a vocês que eu pensaria diferente, porque certamente estaria cumprindo fielmente meu dever, que seria o de atender bem à população, com agilidade e habilidade, sem emperrar nada, sem burocracias inúteis. E cada um com esse pensamento, tudo andaria bem.
E sobre empregar parentes, jamais vi entrave nisso, desde que o parente seja competente!
Se eu tenho uma obra para fazer na  minha casa, vou procurar o rapaz que me atendeu, há 3 anos, me satisfez, por sua dedicação e competência. Se meu filho resolve aprender tudo sobre obras, faz tudo com seriedade, bom preço, dedicação, só vou chamar a ele, quando precisar, não?
"Nepotismo (do latim nepos, neto ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos."  Atentem para o negrito. 
Claro que não falo de contratar pessoas sem qualificação para o cargo e nem às dúzias, mas se houvesse transparência quanto ao que estava sendo feito, e bem feito, não deixaria motivos para especulações primárias.
O Brasil ideal é o Brasil sem corrupção, isso é fundamental, pois precisamos do dinheiro para realizar obras, aplicar na saúde, na educação, investir em fábricas, para gerar empregos.
Precisamos acreditar que agora a coisa anda, porque não somos mais bobos, não vamos fazer vistas grossas às bandalheiras, vamos fiscalizar cada centavo aplicado em obras públicas.
Vamos? Hã?
Poucos vão ter paciência para ler, muito ainda tenho a falar, mas minha barriga dói, de tanta indignação!
Empolgo-me porque acredito.
E, a favor de D. Dilma, ela tem razão ao dizer que pessoas estão presas, atualmente, por conta da roubalheira, e que em outros governos isso não se deu, estão todos soltos. 
Acredito também que ela não esteja envolvida nessa sujeira, no sentido de ter embolsado dinheiro, mas foi conivente, pois sabia de tudo e nega isso.
Dou um crédito a ela, quando diz que não é corrupta.
Mas foi terrorista, não idealista. Foi partidária do comunismo, atirou bombas, usou armas, invadiu prédios públicos, participou de assaltos, e se tudo fosse em nome dos pobres e injustiçados, até seria perdoável, mas foi por sede de poder, por diletantismo, pelo momento, pela coragem em agir (mesmo que para o mal),talvez até pela pouca idade, se deixou influenciar, mas para mim os fins não justificam os meios. 
E, por pensarem assim, e acreditarem que foi isso que Maquiavel disse, sendo que ele NÃO disse, muita gente ainda acha que política é isso e estamos conversados.
Minha indignação é enorme e sei que de nada adianta só me indignar. 
Quero um Brasil justo, onde a violência seja erradicada, pois isso é possível, com educação e oportunidades. Ninguém nasce bandido, embora muitos queiram se tornar um e mesmo que tivessem educação formal, escolar, e de berço, a fundamental, ainda assim iriam para o lado do mal.
Porque o mal é inerente ao ser humano, assim como o bem, e são escolhas que fazemos que determinam nossa vida.
Não é agora, com o PT, que o pobre teve acesso à faculdade, isso é horrível de ler e as pessoas acreditarem. Talvez hoje as oportunidades sejam maiores até porque há mais faculdades, que estão formando alunos sem condição nenhuma, ou pouquíssima, de se tornarem bons profissionais, justamente pela má qualidade das mesmas. Um diploma agora não é mais garantia de bom emprego, de carreira digna. Mesmo porque, é preciso fazer uma pós-graduação imediatamente, e depois outra...e outra...
Quem quer estudar, quem quer trabalhar sério, quem quer fazer, faz. 
A maior base que temos é a família e onde ela está? 
Cadê pais para educar filhos?
Cadê estabilidade familiar, para que as crianças não fiquem como joguetes entre pai e mãe, numa briga pelo pátrio poder?
Cadê planejamento familiar, para que meninas de 9 anos não engravidem, algumas do próprio pai, ou de um irmão, ou de um vizinho, que se aproveitou porque a criança fica sozinha em casa, porque a mãe tem que trabalhar, porque...porque...porque...
Tantas questões, que não dependem de quem governa, mas de cada um e todos juntos pela mesma causa, que seria o bem comum. Onde tudo está bem, cada um cuida melhor de si.
Quanto mais eu escreveria, sem que fosse para malhar com ferro frio?
Primeiro, quem leria um texto enorme assim? rs
À medida que vou escrevendo, vou me acalmando.
Tanto caso para contar, de pessoas sem muitos recursos, que moram de aluguel, ou em lotes comparados "de a meia" com pais, irmãos, cada um fazendo um barraco simples, mas digno? 
E, essas mesmas pessoas, trabalhadoras que não dependem de nenhuma bolsa, vão à luta, acham natural se esfalfarem no trabalho para dar um tênis de 600,00 para um filho de 16 anos, um galalau, que não pode trabalhar em nada, porque é "de menor". E estão atrasados na escola, mal sabem falar, que dirá escrever, e se habilitar para um emprego..
Mas nem tudo "é culpa" do governo, claro que não.
Não falei da luta da mulher pela vaga no mercado de trabalho, o que a desviou da vida familiar mais efetiva; não falei de negros, pardos, homossexuais, especialmente, porque falei para todos, seres humanos, onde eles se incluem.
Não acredito em cotas, em privilégios, acredito em assistência verdadeira e obrigatória, pelo Estado, para que todos, todos mesmo, tenham uma vida pelo menos digna.
Não falei do produtor rural nem daquele meeiro que tem a sua alimentação vinda da terra e, sem estudo, não tem a mínima ideia sequer de que há uma outra vida, com água, luz, calçado, roupas decentes, geladeira, chuveiro elétrico...
Nem dos pescadores, que se arriscam pelo mar afora, ainda noite, para pescar o peixe, o camarão; nos mangues, os caranguejos, tudo vendido a peso de ouro nos mercados, mas eles mesmos ganham ninharia...
Tanta, tanta, tanta coisa a ser feita, que desespera pensar.
E este é um post sem comentários, porque acho que todo mundo pensa igual a mim e deseja só o bem para o Brasil. E vai ficar em aberto, para eu vir colocando o que quiser, na medida da minha indignação ou da  minha satisfação. 

Ontem, 16/10/14, outro debate, agora no SBT. Outra decepção, mas a confirmação de que Dilma não dá mais!