Mulheres podem mais?




"Nunca houve tanta oportunidade de estabelecermos novas relações e de aprofundarmos as que já temos. Multiplicaram-se os canais de comunicação, com celulares, aplicativos de troca de mensagens em tempo real, redes sociais, Skype, FaceTime. Nunca tivemos tanto acesso à informação, muito mais do que necessitamos ou conseguimos experimentar, por sinal. Nunca viajamos tanto. Era de esperar que já estivéssemos mais sábios, mais receptivos, mais tolerantes, mais respeitosos com a diversidade do mundo e com as particularidades de cada pessoa com quem nos relacionamos. Era de se esperar que pudéssemos, mais do que respeitar as diferenças, conviver com elas, incorporá-las, enxergar nelas uma fonte de riqueza social, cultural, intelectual. No entanto, nunca foi tão difícil se relacionar. A falta de tempo que assola a todos contribui em grande parte, mas escolho chamar a atenção para a escalada da intolerância e de um certo autoritarismo que tem transformado o velho e bom hábito de discordar em suicídio social. As conversas ficam mais hostis quando não há convergência de opiniões. Em consequência, ficamos mais guardados, menos espontâneos. Perdemos a oportunidade de um bom embate de ideias. Mas, sobretudo, as relações definham com a superficialidade, a falta de acolhimento e de respeito. Estamos mais sozinhos.
O objetivo aqui não é reclamar - é convidá-la a virar esse jogo. A responsabilidade pelas relações é de todos, mas acredito que nós, mulheres, temos um talento especial para mudar o tom das conversas, em casa e em todos os ambientes que frequentamos. 
Acho que esse é um passo essencial para que tenhamos mais encontros do que desencontros e relações mais significativas com nossos amigos, colegas de trabalho, nossos filhos e nossos amores. Vamos?

(Paula Mageste - Diretora de redação da revista Cláudia. Seção "Eu e você" - Junho 2014)

Quando fiz a primeira leitura, gostei muito. Resolvi ler de novo, copiar e trazer para cá, mas já com alguma discordância. A conversa começou muito bem, mas depois, no finalzinho, foi pras cucuias. Uma revista feminina propondo que a mulher seja, mais uma vez, a conciliadora, a que consegue tudo, a que dá "o tom" para que as coisas se resolvam. Já passei da fase de querer que seja assim. Acho que arrumar o que está errado pode ser feito lindamente pelos homens, desde que deixemos para eles o encargo. Chega de achar que podemos tudo, que somos melhores argumentadoras, que podemos mudar o mundo com nossa (suposta) delicadeza, capacidade de doçura, tolerância, etc. Convivo com 90% de mulheres nas minhas relações "internéticas" e o que vejo são pessoas com um tipo de agressividade que nem posso dizer que seja "coisa de homem", porque passa pela absoluta falta de educação. 
Tem jeito de conviver só com gente boa. Basta selecionar. Ou deletar. 

(Imagem Tumblr)

9 comentários:

pensandoemfamilia disse...

Temática muito boa para se debater, no sentido da troca.
Penso que na NET, como em todos os espaços, vamos encontrar pessoas de diferentes formas de ver e sentir o mundo. Convivência não é fácil, mas é uma forma de aprendermos a lidar conosco e com o outro. O convite da autora dirigiu-se para as mulheres, pois na realidade quem para para ler tal tema? bjs

chica disse...

O texto é legal ,mas colocaste bem. Não deve caber só às mulheres ajeitar as coisinhas. Nós podemos, mas sempre fica melhor com a ajuda dos homens. Podemos tomar a iniciativa da proposta de melhorar isso ou aquilo, e, com jeitinho, eles entram e cooperam. E na NET, saber onde circulamos, não ampliar muito fora os círculos, ajuda a conhecer melhor com quem estamos nos comunicando! E sabendo usar, quer coisa melhor? bjs, tudo de bom,chica

sheyla xavier disse...

Lucinha, vc sempre vendo além das palavras.. rsrs Concordo com vc, a muler passou a vida inteira, colocando "panos quentes" em tudo... Bradamos a bandeira que somos iguais aos homens, mas em determinadas situações, vejo mulheres grossas e mal educadas, querendo levar tudo no grito. Conviver é difícil demais e se não tiver homens e mulheres que saibam dialogar, não haverá jeito. Na net, podemos deletar, como vc disse.. apagar de nossas vidas, mas e na vida real, no dia a dia??
Esse tema foi massa e vc me faz sempre olhar por trás das palavras e pensar... rsrsr Boa terça!!

Bjokas doces,
Sheyla.

Trilhamarupiara disse...

Olá Lucia, ótimo texto embora concorde com suas observações sobre o final dele, acho que ela tem razão quando diz que a discordância de opinião hoje em dia é quase um suicídio virtual, as pessoas não sabem separar as coisas, se vc não concorda com elas elas se ofendem ao invés de estabelecerem um diálogo agregador que respeite as diferenças, eu não costumo deletar nem selecionar por que até com quem parece não agregar nada eu aprendo alguma coisa nem que seja sobre o que não desejo p mim rssr bjosss

Élys disse...

A humnanidade passa por momentos de muita intolerância, mas creio que cabe a todos buscar mostrar a sua opinião sobre determinada situação sem querer que esta seja a verdade absoluta. Cada um de nós deve respeitar a verdade do outro pois, assim, um dia a fraternidade se manifestará plenamente no mundo.


Obs.: Já acertei na coluna Blogs amigos o que você falou. Retirei o que estava errado e coloquei o correto através do e-mail que me indicou.
Um grande abraço,
Élys.

Beth/Lilás disse...

Well, Lúcia, eu concordo com a autora do texto, não vi nada de mais na fala dela, pelo contrário, afinal quem lê mesmo estas coisas são as mulheres e elas estão em maior número nas redes sociais pelo que percebo, portanto a chamada dela para que façamos um mundo melhor, mais delicado e menos violento é perfeitamente plausível.
Já lhe disse uma ou mais vezes que não tenho por redes sociais envolvimentos por números e sim por pessoas que realmente me interessam o convívio, não as mantenho nas minhas relações se elas falam ou compartilham coisas violentas, então, é por aí, não está bom, não está legal, deleta. Faz um bem danado!rsss
um abraço carioca



Maria Izabel Viegas disse...

Amiga querida,

há muito que não leio revistas "femininas" justo por já ter saído e muito da minha adolescência.
Bom folhear, ver tendências da moda, maquiagem, essas delícias nossas de cada dia.
Mas quando se trata de opini~oes acerca do comportamento da mulher são estreitas no que falam.
Mulheres lutaram e muito por um lugar ao sol, e conseguimos.
Interessante, Lúcia, é que fui lendo bem até que disse que nós, com o "nosso jeitinho" poderíamos mudar esse caos de falta de princípios e de educação generalizada que assola as redes sociais?
É pedir que voltemos a usar aventais mimosos e delicados, rolinhos na cabeça e entremos na sala de discussão espalhando perfume de hipocrisia.
Não somos nós, mulheres, que temos que mudar a internet.
A internet é o refelexo do mundo aqui fora.
Pelo que percebi, nas pessoas que conheço fora da rede social, quem muito grita é justamente aquela pessoa que não tem voz ativa na vida.
São na maioria pessoas que adotam uma postura de guerreira ( armadas até os dentes rs) mas que são zeros na vida.
Ficam caladas e omissas na vida real.
E descontam na rede social.
Querida, gosto muito do que você posta. E a Lúcia passa a imagem real da Lúcia real, que aliás, adoro de paixão.
Beijos, minha linda!

Clara Lúcia disse...

O ruim das redes sociais é que vemos/lemos o texto ou comentário com nossos olhos e nosso humor e não de como realmente está acontecendo. Não lemos o sentimento da pessoa realmente.E, claro, podemos nos enganar, exagerar, tripudiar, aceitar ou rejeitar. Normal, somos humanos cheios de emoções.
Acho que a mulher tem uma visão mais detalhista, Lúcia, por isso tem o "cargo" de conciliadora. Homem não consegue enxergar ou realizar muitas coisas ao mesmo tempo. Isso é nosso e somente nosso.
O que não justifica que eles não possam ser conciliadores. São diretos e práticos, o que é uma qualidade excelente pra conciliar algo que nós, as dificultadoras, enxergamos. Temos tendência pra complicar e o homem não, é pá pum!
Cabe aos dois conciliar o que estiver ao seu alcance, pronto! Nisso eu concordo!
Beijos, uma ótima semana calorenta!

Luma Rosa disse...

Oi, Lúcia!
A revista Claudia é uma revista para mulheres, então o foco é direcionado ao poder feminino de planejar a parte social do casal, pois pelo que vejo, é a mulher que gosta mais de sair - Na maioria das vezes, se o homem tiver cerveja e futebol está tudo bem.
Saiu uma pesquisa em Portugal, dizendo que 70% das portuguesas levam o celular para o banheiro e pelo que vejo, a mulher está mais presente online.
Fico bem pouco online se comparada com as minhas amigas. Não troco um passeio para ficar na internet. Aliás, a internet está no final das minhas prioridades e é apenas um passatempo e forma de me relacionar com as amizades que fiz. Uso a internet como complemento e não como fonte principal de relacionamentos. Vejo muitas pessoas se excedendo e isso não é bom para a saúde física e mental.
Beijus,