Livre-se do lixo!

 Temos ouvidos para ouvir e olhos para enxergar.
Cada momento da vida pode ser motivo para uma parada e uma avaliação. 
Conselhos são dados e nem sempre bem recebidos, o que pode nos causar contratempos na vida, pois é melhor ouvir do que se arrepender depois.  
Cada momento, de cada pessoa, é único. Muitas coisas podemos seguir, muitas queremos viver, pode ser que dê certo, nem sempre uma má experiência de alguém pode dar errado conosco também. 
Por isso há os que ousam, contra todas as expectativas de que não dará certo. E pode dar, ótimo, parabéns! ou não dar, como o previsto, e aí é enfiar o rabo entre as pernas (ditado antigo), admitir o erro e partir para outra empreitada. 
Por que a vida não vem mesmo com manual, o que é bom pra uns pode ser ruim pra outros e o melhor que fazemos é viver cada momento com alegria e esperança de que tudo vai dar certo.
O texto abaixo passa uma bela lição. Recebi-o por e-mail, não sei a autoria.
 
  "Um dia peguei um táxi. O motorista, atencioso e atento ao trânsito, estava rodando na faixa certa quando, de repente, um carro preto saltou do estacionamento na nossa frente.
O taxista pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!
O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós, nervosamente.
Mas o taxista, sereno, apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável. Indignado lhe perguntei: 
Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!  
Foi quando o motorista do táxi me ensinou o que eu agora chamo de  "A Lei do Caminhão de Lixo."
Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e de desapontamento. À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não  tome isso pessoalmente. Isto não é problema seu! Apenas sorria, acene, deseje-lhes o bem, e vá em frente. Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, EM CASA, ou nas ruas. 
Fique tranquilo... respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.
O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia. A vida é muito curta, não leve lixo. Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustações. Ame as pessoas que lhe tratam bem. E trate bem as que não o fazem.
A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!

Tenha sempre um bom dia, livre-se de lixo!"


Um dia (in)comum

 Mais uma vez, grande Fal Azevedo:"... um dia incomumente difícil no que diz respeito ao controle e à minha eterna incapacidade de respirar fundo e deixar para lá."

 O sol brilha no céu infinito, irradiando luz e calor.
 Os pássaros cantam e alegram o dia. (Esses cantam sem abrir o bico. Acho que estão certos!)

 A chuva fina prenuncia um frio fora de época.
Nada pode me tirar a alegria.
Ou tudo me tira a alegria.

O dia amanhece iluminado.
Os pássaros gorjeiam no quintal. 
A primavera traz o fruto doce.

                 (Frutas colhidas na hora, quintal da minha mãe: amora, pitanga e manga)
 Há riso e alegria em toda parte.
O céu, de azul anil inspira o poeta.
O riso da criança alegra o coração.

 Sapos pululam na lagoa.
O patinho faz quá quá.
O pintinho faz piu piu.
O gatinho faz miau.
O cachorrinho faz au au.
Há um mundo de cor e luz,
basta saber enxergar.

(Hoje foi um dia muito, muito chato. E como ninguém tem nada com isso, é preferível desabafar de uma maneira sem pé nem cabeça. Incrível como as pessoas interferem na minha alegria! Pareço ter 12 anos, de tanta sensibilidade. Ou 5 anos, vontade de olhar pras pessoas e dizer o que eu penso. Ou os meus tantos entas e ficar calada, ou sutilmente desabafar. Sem pé nem cabeça, mas confiante em que amanhã será um novo dia. E que, por mais que me afetem, sou maior.)

Para quem eu daria o cartão vermelho?

  Há mais de 3 anos rolou uma blogagem que pedia a lista de 10 ítens que achávamos que merecia cartão vermelho. Fiz a minha, a convite da Beth Lilás, e hoje resolvi postar de novo, notando que não mudaria nada, mas acrescentaria muita coisa. Difícil escolher apenas 10!


Faço minha a lista da Beth. É mais ou menos a indignação de todo mundo.
1) Cartão vermelho para a corrupção e bandalheira que regem a política, não só a nacional mas a mundial, desde tempos imemoriais.
2) para o descaso dos governantes pela população miserável, que não tem nem onde morar.
3) para as famílias que abandonam seus idosos.
4) para os que acham que beber e dirigir são atos compatíveis.
5) para pais que não ensinam - em casa , desde cedo - o respeito ao próximo.
6) para a dor, tanto física quanto espiritual.
7) para a falta de voluntários nas instituições de caridade.
8) para as "tragédias anunciadas" , causadas em parte pelos fenômenos da natureza mas alimentadas dia após dia pela falta de comprometimento da humanidade.
9) para a baixa remuneração do professor, principalmente o de escola estadual.
10) para a falta de moral do mundo moderno. 
Não mudo nada e acrescento: Cartão vermelho para a pedofilia, como bem lembrou a Vívian, nos comentários da época e 
Cartão vermelho para a falta de paciência do ser humano em geral, a maledicência, a facilidade que se tem de apontar o dedo para acusar, sem antes saber dos fatos.
Quer ler o texto original?
Quer fazer a sua lista? Não precisa ser de 10 ítens, acho que todos nós teremos uma maior. Faça a sua, num post.
"Para quem eu daria Cartão Vermelho". Sem dia marcado.  

Ela anda por aí, bem perto...

"A luta ansiosa pela felicidade
é o que dá infelicidade a muita gente." 

(Prof. Hermógenes)


Li hoje, no FB da amiga Maria Izabel. Uma frase impactante. Realmente, enquanto procuramos uma felicidade que é apenas uma idealização, deixamos passar a "verdadeira" felicidade.
Que é...qual mesmo?
Ser feliz passa, para mim, por ter uma estabilidade (emocional, principalmente), saúde, os que amo estarem igualmente bem.
Quantas vezes está tudo ótimo com você, mas um filho, ou um irmão, um amigo, a mãe, o pai, um vizinho...enfim, alguém querido passa por uma dificuldade e lá se vai nossa alegria, junto com a alegria deles?
Felicidade, como qualquer sentimento, é subjetiva. O que me faz feliz pode não ser o que o faz feliz. E vice-versa.
Às vezes buscamos a felicidade em algo material. Não é tão comum se dizer que "melhor chorar em Paris do que em casa?" . Se estamos felizes ou não, o sentimento está dentro, não fora de nós e o carregamos para onde formos.
Ser feliz, para mim, é estar estável, financeiramente. Podendo pagar o que quero, o que preciso, sem fazer dívidas. Claro que comprar à prestação não é estar individado. O importante, ao comprar, é planejar para saber que terei o dinheiro do parcelamento rigorosamente em dia, no vencimento.
Ser feliz é estar saudável, não há nada que desestabilize mais uma vida do que perder a saúde. Enquanto a temos, tudo o mais é fácil, viver é realmente lutar e para isso temos que ter força física, vigor, que só a saúde nos dá.
"Felicidade é um momento que dura uma eternidade. Se durar mais que um momento, já não é felicidade".
Uma frase com  a qual não concordo, pois felicidade dura o tempo que quisermos. Dura uma vida inteira, dependendo de como encaramos a vida.
Felicidade é o canto do passarinho, o latido do seu cãozinho, o miado do seu gato, o tic-tac do relógio anunciando as horas passando e o momento esperado chegando, as folhas de outono atapetando o chão,o riso da criança, a figura de um velhinho, o abraço da vovó, o beijo da mãe e do pai, o abraço do amigo, o cheiro de terra molhada, a chuva caindo mansamente, o sol brilhando sem queimar, o riacho que se encontra com o rio, que vai dar no mar, a flor que brotou nessa manhã, a fruta colhida no pé, as flores da primavera,um voo de asa-delta, os pés firmes no chão, o resultado do vestibular ou de um concurso, o diploma na mão, um "sim" que se esperou, os primeiros passos do filho, o vestido vermelho tão desejado, uma praia deserta,o primeiro baton só seu, o "não" àquele resultado de exame, o primeiro beijo, o primeiro amor, o vento de agosto, a neve, um passeio ao zoológico, um passeio de bicicleta, um livro nas mãos - uma lista infindável de situações e momentos.
A felicidade é um estado de espírito. Tão somente. Não depende de nada, nada. 
É apenas para ser sentida, percebida.

(Renoir. Rosas e jasmins)

Uma árvore de Natal diferente




Há anos encontrei esta árvore de Natal, não me lembro em que revista, alguma tipo Cláudia, se não me engano chamava-se Desfile.
Encantei-me por ela e o marido prendado fêz uma igual. Obviamente não encontrei os enfeites e ela foi pobremente decorada, não gostei e acabei montando-a mais uns 2 anos somente e ela agora fica no sítio, onde ele mesmo a decora, sem nenhum glamour. rs
Fácil de fazer, para quem tem essa habilidade:
Se encontrasse todos os elementos para a decoração da revista, ela ficaria muito bonita, gosto de dourado.
Não monto árvore de Natal desde que os filhos deixaram de ser crianças, nunca gostei desse Natal americanizado. 
Meus enfeites se limitam à guirlanda da porta, que só coloco dia 08/12, dia consagrado (em BH) a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padroeira da cidade.
Tenho dois enfeites lindos, que depois mostro aqui, um coral de biscuit, com figuras de crianças e outro coral com figuras de pinguins, são um mimo.
Para quem quiser aproveitar a ideia da árvore de Natal de madeira, ainda há tempo de confeccioná-la.
(Clique nas imagens, depois use a lupinha que aparece e lerá todo o texto).

Libertar um livro



 Pela primeira vez participo e confesso que não é fácil me desfazer dos meus livros.
Gostei da ideia de deixá-los esquecidos em algum lugar, mas só hoje o faço.
Não escolhi os que daria, cairam-me nas mãos, assim que abri a porta de onde estavam. Com a arrumação que fiz em casa, ano passado, ainda não os tenho no lugar, há livro por todo lado.
Estes são dois que li há anos, não há neles nada que me indiquem de onde vieram. Quando compro, sempre coloco meu nome em várias páginas (para evitar que retirem por ex., apenas a página inicial, onde se costuma colocar) e coloco a data. Quando ganho e vem sem dedicatória (mais usado, agora, num cartão), coloco a observação: Fulano me deu. E a data. 
Os dois são baseados em textos bíblicos e espero que possam ajudar a quem os encontrar.
Defendo a ideia de que o mundo anda como anda por falta de Deus no coração das pessoas. O Deus que cada um tem que ter em si mesmo. Uma força benéfica que nos leva na direção certa. Um Deus que pode ter o nome que queiram, mas seja referência, que O temamos, sem que seja "ter medo", que respeitemos.
Sobre a autora de "Viva vencendo", Maria Amélia Rizzo, nada encontrei, nem no próprio livro.
Seu texto é mais voltado para o incentivo à vitória, sempre acreditando nas palavras bíblicas, não com pieguice mas instruindo as pessoas a lutar, reagir, procurar a si mesmo através da fé. Não sei se diria que é uma auto-ajuda, parece-me mais uma chamada a acreditar no poder que temos em nós mesmos.
  Sobre Joseph Murphy, cujo maior sucesso (até hoje é muito vendido) é o livro "O poder do subconsciente", este "O poder da oração" leva-nos a entender o valor que uma oração tem na vida do que crê.
Joseph Murphy nasceu em 1898, na Irlanda e morreu em 1981, nos Estados Unidos.
 Estudou Religião, Filosofia e Direito. Passou muitos anos estudando as principais religiões do mundo, tendo-se convencido da existência de um grande poder por detrás de todas elas: o poder que existe dentro de cada um, o poder do subconsciente.
Ele explica a linguagem bíblica, que é simbólica, à luz do racional.
Não me lembrava mais da leitura e assim que abri, aleatoriamente, deparei-me com esse parágrafo:
" ...Devemos compreender o significado da palavra igreja. A verdadeira igreja é o consciente do homem, do qual ele extrai toda a sabedoria, força e poder de que necessita para manter-se plenamente e ser expresso em seu mais alto nível. Uma igreja na linguagem bíblica não é uma seita ou denominação. É um agregado de ideias espirituais no consciente individual".
O livro é todo assim, exortando-nos a decifrar o que há por trás dos simbolismos religiosos, das parábolas, etc.
Nesse mundo tão conturbado, tão desatinado, espero que caiam em mãos de quem realmente precise acrescentar fé e esperança em suas vidas.
Ontem, domingo, deixei os dois em um shopping lotado de pessoas que foram ver a chegada do Papai Noel. Deixei um em cada canto. Na primeira mesa, saí e logo passei por lá, de novo. A mesa já tinha sido ocupada por duas moças, que não o pegaram e olhavam desconfiadas, talvez esperando que o dono voltasse logo. Em vez de bilhete, coloquei um texto na contra-capa, dizendo que o livro não estava "perdido" e se fosse "encontrado", que fosse lido e novamente liberado para outra pessoa.
O outro, deixei em um balcão, junto aos cardápios do lugar.
Foram livros que não me importei de liberar, sei que o conteúdo, se lido cuidadosamente, pode ajudar muito a quem o ler. Mas há alguns que certamente nunca "libertarei", pois família grande sempre tem muitos leitores. Vou preferir comprar  os títulos de que gostei muito e "soltá-los" em seguida. 
(Algum sentido deve ter, a escolha desses dois livros). 

Isso é coisa de humanos

 Todo mundo sabe que fico brava quando falam do Brasil.
Não sou alienada e sei bem dos problemas pelos quais passamos, que não são poucos e existem desde que me entendo por gente.
A cada ano as coisas têm piorado, mas como vivemos aqui, achamos que é só aqui.
Problemas existem em todos os lugares habitados pelo homem.
Problemas de toda ordem: geográfica, histórica, moral, social.
O homem é um animal racional, que nem sempre usa sua racionalidade. E quando quer "causar", o faz, seja ele branco, amarelo, vermelho, negro ou que "classificação" tenha, etnicamente.
Hoje em dia parece que quem é honesto tem uma qualidade a mais, como se honestidade fosse uma novidade atrelada aos homens. Achou dinheiro na rua e devolveu é herói. 
Errado, por mais pobre que seja, é ficar com o que não é seu.
Policial corrupto, político corrupto, qualquer que seja a profissão, há quem exerça sua veia de fora-da-lei, se assim o quiser.
O que temos de pior em comparação a outros países são as leis fracas, que não se cumprem e privilegiam alguns.
Tenho tio que mora há mais de 40 anos na Itália e conta casos comuns de bandidagem na política, roubos de turistas, tudo acontecendo na bela Roma, ou em que cidadezinha for. Haja vista que é a terra dos mafiosos, né?
Hoje fiz uma postagem no FB e uma amiga, que mora em país europeu, contou de roubos acontecendo em uma loja, sendo que um deles aconteceu enquanto o vendedor lhe contava que tinha havido outros.
Num blog que li esta semana, com fotos belíssimas da Bélgica, a blogueira conta que foram roubados numa estação de trem, num segundo de descuido. Ainda há quem vá dizer que devia ser alguém de outro país, quem sabe até um brasileiro, né?
Uma sobrinha foi roubada em pleno metrô de Paris, abriram sua mochila e tiraram tudo, sem que ela percebesse. O verdadeiro "mão-leve". Seria ele um brasileiro?
Estamos, já alguns anos, com um índice grande de assaltos, roubos, furtos, agora mortes de jovens, de policias, um bang-bang digno dos filmes que Hollywood sabia tão bem fazer e exportou para o mundo.
Só que o bang-bang deles era cenográfico.
Nem se sabe de onde tiravam as histórias, como as de tantos gângsters que infestaram os filmes.
Gente é gente e não há divisão de países, não está estabelecido que bandido só nasce aqui no Brasil.
Outra coisa que me enerva sobremaneira é falarem que o brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, que para tudo tem o seu "jeitinho". Todo mundo que quer se beneficiar de alguma coisa usa de um jeitinho, seja em que lugar for, seja ele de que nacionalidade for.
De uns meses para cá, BH está com grande índice de assassinatos entre gangs, assaltos seguidos de morte, roubos de casas, aproveitam qualquer descuido, entram, rendem a família, fazem um dos membros de refém e saem com ele para bancos, onde têm que sacar dinheiro e depois são deixados em local ermo. E ainda se tem que ficar aliviado pois  foi poupado de levar um tiro à queima-roupa. A violência, os desmandos, estão aí, não tampo o sol com a peneira.
E, sim, tenho medo, por mim, por meu marido, por meus filhos, netos, irmãos, sobrinhos, amigos, enfim, sair de casa virou uma aventura.
Mas nem por isso vou desmerecer o Brasil, é um momento, uma contingência, alguma coisa tem que estar sendo feita para inibir essas ações, essa bandidagem, essa falta de moral, que tem que vir lá da infância, com pais ajustados que formam filhos ajustados. Começar lá de baixo, pois "é de pequenino que se torce o pepino".
Em vez de depreciar o Brasil, vamos nos unir para ajustar os ponteiros e fazer do nosso país um lugar onde possamos viver em paz, em irmandade, em igualdade. 
Pobreza sempre existirá, pobre não é destinado a ser bandido. Bandido é quem tem má índole, pode ser pobre ou não. 
Não falemos do Brasil como se fosse um caso perdido. Antes, olhemos para ele como os pais olham para um filho, nunca achando que ele seja "um caso perdido".
Chega de falar, precisamos agir.

Como eu gostaria que meus filhos se lembrassem de mim

Essa questão, proposta pela Nina, chegou em boa hora. Numa hora em que ando me questionando, pensando muito em quem sou e o que significo para as pessoas. (Blog da Nina: http://entremaeefilha.blogspot.com.br)
Como filha, sei que não tenho dado à minha mãe a atenção que ela merece, por isso me pego pensando no que esperar dos meus filhos.
Claro que gostaria de ser lembrada como uma boa mãe, o que sei que sou.
Com muitos defeitos, mas muitas qualidades.
Na verdade, a melhor lembrança que podemos deixar são os exemplos.
Gostaria que meus filhos se lembrassem de mim sempre com carinho.
Que esquecessem meus excessos, meus tantos "nãos", tantos xingos, tanta repressão, tantas cobranças. 
Agora que são pais sabem que o caminho é esse, ensinar, educar, preparar para a vida é ter pulso, cobrar mesmo, antes os pais do que a pópria vida.
Não fui mãe de ir pra cozinha fazer a comida preferida dos filhos (mas sabia quais eram e pedia para serem feitas), bolinhos de chuva num dia frio, biscoito de polvilho frito, daquele que espirra óleo pela cozinha toda (fiz bem menos vezes do que gostaria), um doce, uma torta, uma sobremesa. Isso não fui e disso me penitencio, mas cozinha não era minha praia.
Mas fui a mãe que passou a noite em claro quando eles precisaram, com febre, ou dor. E que, aí, sim, tinha uma sopa prontinha, ou um mingau, feito com preocupação e medo, pois nada me tirava mais o chão do que vê-los sofrendo, seja até por um dente que bambeou e custou a sair.
Decididamente, nunca fui mãe que terceirizou a criação dos filhos. 
Gostaria que se lembrassem de  mim como a pessoa que mais lhes quis bem.O que não me dá o direito de cobrar isso deles, o amor é tão natural, tão incondicional que nunca me pesou amá-los.
Fui mãe em tempo integral, sem férias, sem passeios, nada que não os incluisse.
Fui mãe controladora, aos poucos soltando-os para a vida, bem mais tarde do que eles queriam e muito mais cedo do que desejava.
Nunca tive dúvida de que ser mãe é um privilégio e amar é só um dos bônus da maternidade, vem de graça, não pesa, não frustra.
Mas sempre digo que se voltar, em outra vida, e puder escolher, não serei mãe.
Porque amei demais, me dei demais, e filhos são como todas as pessoas, são seres individuais, querem suas vidas, precisam de outras pessoas e nós, mães, temos a pretensão de sermos insubstituíveis. 
Não criei filhos para o mundo. Preparei-os para isso, para estarem de pé, mas não para que amarrassem as calças (expressão antiga) e fossem viver longe de mim. Essa é a parte difícil, são muitos os cordões que nos prendem aos filhos, o umbilical é apenas o primeiro.
Hoje sei que meus filhos sofrerão menos quando eu me for, porque agora são pais e o bem mais precioso são os filhos que têm.
Quero ser lembrada apenas pelas minhas qualidades. Esqueçam meus defeitos, como esqueço os deles.
Quero ser lembrada num pedaço de bolo com recheio: "Mamãe adorava um bolo assim!"
Quero ser lembrada numa casa limpa, organizada, arrumada com gosto: "Mamãe detestaria chegar aqui agora e ver essa cama sem arrumar".
Quero ser lembrada num cajuzinho, num olho-de-sogra, num sanduiche: "Festa pra mamãe tinha que ter cajuzinho e olho-de-sogra". "Mamãe amava esse sanduiche de frango".
Quero ser lembrada num por do sol, num amanhecer, numa gaveta arrumada, numa música, numa comida.
Quero ser lembrada num dia de alegria, vontade que eu estivesse ali com eles.  
Ou num dia de tristeza, com certeza de que os amparo nos braços.
Quero ser lembrada com amor. Que foi o melhor que dei a eles.  (Cada um dos meus bebês, na foto de 1 ano de idade).