Uma grande amiga

 (Imagem daqui). 
Há uma variedade de informações sobre como surgiu a máquina de lavar roupas. Portanto, poupo vocês de tanta história, nem é tão importante saber como nem quem inventou-a. Seria bem interessante que tivesse sido uma mulher, mas foi um homem. 

Talvez por uma mulher lhe ter dado a ideia. Ou por ver como as mulheres tinham trabalho com a lavação de roupas, ainda mais se a família fosse grande. Ou porque a mulher dele falava tanto em sua cabeça que ele resolveu inventar uma. O fato é que há muito se tentava criar um tipo de lavadora que não fosse manual, como as primeiras.
 Só com a revolução industrial é que se chegou ao motor para movê-la, já no século XX.
 
Segundo a Wikipédia, desde 1691 havia alguém tentando criar um modelo, primeiramente eram todos da Inglaterra, mas foi um americano que finalmente colocou-a no mercado, já em 1906, e mesmo se tendo dúvida se foi ele mesmo o inventor, pelo menos era quem tinha a patente.
A máquina de lavar já fez parte da vida social, pois antes de chegar às casas foram criadas as famosas lavanderias americanas, onde a mulherada acabava se encontrando pra botar os assuntos em dia, e só em 1936 é que foram comercializadas em maior escala e acabou-se um delicioso ponto de encontro, onde eram até servidos cafés e biscoitinhos.
Fato é que as máquinas de lavar se tornaram grandes amigas das mulheres e há até as que lhes dão nomes, como não? Uma amiga de verdade tem que ter identidade própria.
Seja de abertura frontal (mais populares na Europa e Oriente Médio) ou superior (EUA, Austrália, Brasil e tb parte da Europa), não podemos prescindir delas mais.
A Brastemp lançou agora a lavadora e a  secadora, separadas, na cor cereja.

 Mais baratinhas ou muito caras,  junto com secadoras (tipo 2 em 1), seja lá que modelo e cor for, ela é presença indispensável nas casas. E pra quem pode, há o comando eletrônico ligado a uma rede de computadores que permite que se acompanhe ou comande pela Internet o seu funcionamento.
Como toda máquina, tem que ser bem usada, para uma boa durabilidade.
Excesso de sabão é prejudicial, pois força mais a bomba d'água, por causa da espuma, e ainda prejudica o meio ambiente pois polui a água.

A minha é de abertura frontal, acho que o sistema agride menos as roupas. É uma Eletrolux, que nem existe mais em linha.
Linda mesmo é esta LG. Um dia compro.
 Ou esta Brastemp, quem sabe?



(Todas as imagens Google. A primeira foto é de um modelo alemão)

Escolhas

Sempre digo que não sou pessimista, sou realista.
Sempre acho que se está ruim, vai melhorar, que tudo tem jeito, que tudo passa.
Então, pessimista não sou mesmo.
Mas ainda não consigo passar por um mau momento e não separá-lo do restante dos bons momentos. 
E meu mundo cai, tudo fica sem graça, não entro no clima pra esquecer aquela parte que não está boa e continuar curtindo o que está bom.
Mas vou continuar tentando, pois uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Tenho um livro, que comprei há anos, cheio de exemplos de verdadeira superação das  pessoas que passavam poucas e boas na vida e davam  a volta por cima.
O livro chama-se "Ser feliz é escolha sua" , dos autores Rick Foster e Greg Hicks, americanos.
Cada página é uma lição, há uma fartura de problemas, de verdadeiras desgraças, pelas quais as pessoas podem passar e ainda assim seguir a vida e ser feliz.
Tem toda uma lógica pensar que temos que optar pela felicidade, pois se alguma coisa não está bem e ainda por cima vamos ficar em lamentação e choro, aí é que não conseguiremos mesmo resolver nada e nos enterramos no problema, até dando a ele uma dimensão maior do que teria, possivelmente, mas não necessariamente, e deixando que as coisas piorem dia a dia, em vez de melhorar.
Por isso este post não terá comentários, estou só tentando me posicionar para deixar que aqui não apareçam meus problemas, mas minhas alegrias.
Escolho ser feliz.
Tocar a minha vida, pensar mais em mim, rir e ter prazer, pois os momentos passam e não podemos perder o bonde (nem o ônibus, nem o trem, nem o avião).
Ocorreu-me, agora, a clássica (e feia) cena de se cruzar um braço sobre o outro e dar uma "banana" para a questão.
Xô, tristeza! Achegue-se, alegria!

"Tome sua vida nas mãos e o que acontece? Uma coisa terrivel: não haverá ninguém para culpar!"  Erica Jong

Por quê?

Porque a vida é assim, não temos controle absoluto de nada, embora pensemos que sim.
Porque as coisas correm à nossa revelia. Lutamos, conquistamos, realizamos, mas tudo nos é emprestado, tudo é passageiro, nada funciona 100% o tempo todo.
Porque muitas vezes erramos sem ter consciência desse erro, achando que "é assim mesmo" ou "este não é um problema meu", ou "nada pode ser feito, está sob controle, melhor deixar assim".
E um cãozinho, de repente, pode ser mais importante do que ela. Pode ir para uma pet de luxo, tomar banho, comer do bom e do melhor, sair, passear.
 Um passeio que vai ser feito com suas crianças, num lugar onde ela gosta de ir, não é para levá-la, afinal ela não gosta mesmo de ficar fora de casa por muito tempo.
Teatro, um jogo, uma festa, não dá pra levar, ela é inquieta acho que não gostaria de ir.
Para ela não há tempo, ela não gosta, não precisa, está bem como está.
E os anos passam e não há viagem pra fazer, não há cinema pra ir, não há passeio que valha a pena fazer, está tudo sob controle, ela gosta é assim.
A vida é corrida, temos filhos e marido, casa para cuidar, não temos tempo para outra coisa, minha manicure, meu médico, minha viagem, meu passeio, minhas saídas noturnas, meus cursos, minha TV, minha internet, meus amigos, tudo é importante para mim.
Ela não gosta de sair, ela dorme muito, ela  está bem, ela é "diferente" mesmo, não se adapta, fica com esse olhar distante, esse risinho no rosto, tem esses "amigos" estranhos, que mais a aborrecem do que lhe fazem bem.
Mas é assim mesmo, cada um tem seu destino, a vida é um jogo de cartas marcadas.
 Não há culpa, não há culpados. Estava escrito que seria assim, assim foi.
Mas ainda há tempo, espero. Para nossa paz.
Esta frase resume tudo o que sinto.
Não sei se é mesmo de Nietzsche.
"Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo."

Terapia

 E eis que já fiz 5 sessões da terapia breve (16 sessões) para me livrar do medo de avião.
Que não sei bem se é medo de avião ou medo de perder o controle de mim mesma.
Segundo a psicóloga, muitas vezes se começa uma terapia focada em um problema e logo outros aparecem e  o foco inicial tem que ser mudado.
O medo, como precaução, como cuidado, não é nocivo.
Nociva é a fobia, o medo mórbido, aquele que nos tira de centro, sabemos todos.
Não me agrada entrar em um avião e lá ficar por horas. Hoje consigo fazer viagens pequenas, de 1 hora. Mas pensar em uma viagem longa, 9, 10 horas ou mais dentro daquele pássaro metálico, me causa tremores e temores.
Que, muito certamamente, encobrem outros medos, outras impossibilidades.
Na ida para BSB, eu, Fa, Ricardo e meninos, tudo ia bem até que o bichão levantou voo e Fabrício (3 anos) se retesou na poltrona e passou o voo todo antenado, olhava pra janela, apertava minha mão e a da mãe, trocou de lado, antes estava com o pai e um irmão, mas assim que percebeu que não gostou da sensação, veio estar com a mãe. Não digo que tenha sido medo, acho que apenas não gostou da sensação, não sei. Um dia, falando com ele que íamos viajar de novo de avião, ele nada disse, não se negou. Vamos ver quando viajar mesmo, como será a segunda experiência.
Cada medo encobre vários medos, somos como uma cebola, temos várias capas, que saem à medida que solicitadas.
O mais interessante que percebo, nessa altura da vida, é que ninguém é perfeitamente resolvido. (Quero acreditar nisso, a ideia me agrada).
Todos temos vários medos, mesmo que encobertos, mesmo que nunca confessados. Todos temos defeitos, todos podemos ser uns amores ou uns malas. Depende do dia, da hora, da situação.
Assusta-me um pouco se dizer que fulano(a) nunca fêz isso, nunca foi assim ou assado.
Outro dia encontrei-me com uma prima de 2º grau, cuja mãe tinha morrido em outubro e eu só soube bem depois. Conversei com ela, lamentei, embora a mãe já fosse bem idosa (96 anos) e ela disse que foi uma morte linda (?) , tranquila, com tempo para a mãe ver todos à volta da cama, olhar um por um e fechar os olhos lentamente, como se dormisse. Continuamos a falar da mãe, que conheci bem e admirava, e a prima me contando o quanto ela era calma. "Nunca vi minha mãe brava com ninguém, nunca a vi levantar a voz para ninguém". E fiquei pensando o quanto isso, talvez, tenha lhe custado. Quanto de nós mesmos sufocamos para não ofender o outro, para não destratar alguém, e quanto as pessoas à volta repetem o mesmo conosco.
Um outro lado da terapia breve, é que ela lida com o hoje e o daqui pra frente. Ela não focaliza o passado.
Embora ele seja importante, ele não é o principal. Porque, acho eu, sendo o tempo curto (da terapia), vamos ver como podemos seguir a vida, voltar não vai resolver.
Nada a ver com regressão, são terapias diferentes.
Não vejo como meu passado pode ficar de lado, como não me influencia no presente, mas também vejo que é assim mesmo, se há algo que me incomoda, não posso fazer dele um fantasma, tenho mais é que lhe dar adeus e seguir o caminho, com novo rumo.
 E ainda não cheguei a conclusão nenhuma, nem a terapeuta, da razão do meu medo. Não há nada que o mova, que o tenha provocado.Nenhum acidente ou incidente com aviões, nem comigo nem com ninguém que eu conheça.
Enfim, assim caminho eu, aos tantos "entas" ainda tentando me descobrir.

Roda de Interação/Dia da família


  Então que existe um Dia Internacional das Famílias, que é comemorado em 15 de maio. Não sabia desta data.
Que deveria ser festejada à exaustão, pois a família está em crise. Ou serão as pessoas que estão em crise?

 A família como  a base, a célula maior da sociedade, perdeu muito de sua formação original, onde o homem era o chefe, a mulher e os filhos seus subordinados.
Para quem é religioso, nada mais forte do que recorrer imediatamente à figura do  Pai, a Mãe e o Filho. Nas pessoas de José, Maria e Jesus. A família é o porto seguro, a terra firme.

Por coincidência, recebi o convite da Norma em um dia e no outro dia, à noite, assisti a um programa no canal GNT , chamado "As novas famílias", que mostrava duas mulheres que viviam juntas e o casal de filhos gêmeos, gerado por uma delas, de sêmen congelado, doador anônimo e seu próprio óvulo.Que não serão filhos da outra mãe, biologicamente falando.
Não cabe discutir se duas mulheres juntas formam "um casal". Não cabe saber se isso é normal ou quase irreal para muitas pessoas. Não cabe dizer se concordo ou não com esse tipo de relação, não cabe discussão alguma. Se considerarmos que as crianças serão amadas como qualquer outra, filhos de pais "padrão", homem e mulher, não há discussão possível. O amor é a tônica. Amai-vos uns aos outros.
A família vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se encontram inseridas.(W)
Acho que onde existe amor não falta nada. Crianças terem por referência de família duas mães parece-me mais natural do que dois homens  criando crianças sem a figura da mulher, a mãe "por natureza".  Todo o amor do mundo, os cuidados, as explicações terão que entrar em ação quando as perguntas começarem a ser feitas.
 E haja preparação para as escolas, para as comunidades em geral, entenderem que as escolhas pessoais passam pela certeza do que está sendo feito e que o amor tudo pode, tudo suporta, tudo supera.
Porque, por mais que se queira, a sociedade não vai estar, em sua totalidade, pronta para entender. 
Sai de cena a figura do pai repressor, autoritário e até violento. (Embora para muitas famílias a realidade ainda seja esta).
Entra em cena a família muitas vezes tendo como única provedora a mullher, a mãe.
A ideia de  família formada pelo casal heterossexual e os filhos continua sendo a principal. Mas hoje temos as famílias onde vivem apenas um dos pais e os filhos; ou famílias que se reconstruiram, onde vivem pais separados e filhos de ambos os casamentos; casais sem filhos, o que é muito comum atualmente, por opção do casal; e os casais homossexuais, como falei acima.Um verdadeiro "embroglio"?
Acho que não. Depende de como a criação das crianças é levada. Com amor, carinho e respeito toda criança será um adulto bem resolvido.
A família pode ser vista, então, como pessoas adultas cuidando e educando crianças, com base no amor, respeito, carinho, consideração, compreensão.
A trindade Pai, Mãe e Filho vai sempre existir.

(Esta postagem faz parte da Roda de Interação, proposta pela Norma, do blog Pensando em Família.)
(Imagens retiradas do Google)

Mãe só tem uma

E que bom que seja assim: cada pessoa tem direito a uma só mãe. (Alguns têm o privilégio de encontrar mais de uma mãe pela vida.)
Porque mãe que é mãe de verdade, é uma criatura bem curiosa e sua principal característica é ser...chata.
Mãe de verdade é aquela que não apenas pariu, mas cuidou.
Então, quem não pariu, mas cuidou, não é mãe de verdade?
Ah! Esta é tão mãe quanto.
Não foi contemplada com o encontro do espermatozóide e o óvulo.
Ela escolheu e  aceitou com o coração.
Gerar um filho é para qualquer mulher. Criar esse filho é outra coisa.
 Mãe é aquela para quem o filho é, antes de tudo, a sua razão de viver. (É uma frase forte, não devia ser assim, mas assim é.)
Mãe que trabalha fora e deixa o filho com a babá, ou na creche, ou com a avó, ou com alguém que cuida desse filho o dia todo não é mãe de verdade? Claro que é!
Mãe é aquela que ama incondicionalmente. 
Mãe é quem cuida, não importa quantas horas por dia pois é bem verdade que qualidade vale mais que quantidade.
Mãe é quem desdobra fibra por fibra o coração, pois não vai existir nenhum poeta, ninguém nesse mundo que consiga explicar, nem em verso, nem em prosa, quem é esta mulher.
Mas mãe é também aquela mulher que pega no pé do filho o tempo todo.
Que luta para que ele estude. Que chora quando ele sofre. Que está presente em todos os momentos importantes para o filho.
Então, quem perde a mãe muito cedo, não vai ser feliz nunca? Vai. Sempre vai haver alguém cumprindo esse delicioso papel de mãe. Pode ser até o pai. Que vira Pãe.
Ser mãe é padecer no paraíso, ou seja, a gente sofre, mas a alegria de tê-los é maior.
E falei assim, pelos cotovelos, sem coordenar as frases, porque para mim ser mãe foi a melhor coisa que podia ter me acontecido. Se não tivesse filhos, quem sabe como seria minha vida? Melhor? Pior? Nunca saberei.
E por amá-los tanto e ser por eles amada, tenho a certeza de que cada minuto valeu a pena. Hoje não preciso ser homenageada. Eles é que têm que receber os abraços, pois tê-los foi meu maior presente.
Feliz dia das Mães!
(E para quem ainda não os tem, podem acreditar: o melhor de ser mãe é que depois, possivelmente, seremos avós!)

 (E tem Samuel, que só poderá ser fotografado em agosto.)

Samuel, nascido em 15/08/12. A felicidade se completa!

Você é rica (o)?

 Recebi esse texto no Facebook, atribuido a Catón, jornalista mexicano.(Armando Fuentes Aguirre, 1938)
Não afirmo que seja dele, nada encontrei que mostrasse sua autoria, mas achei sua biografia interessante.
Gostei da sua figura. Segundo li, ele é famoso por seu humor. Foi locutor de rádio desde muito cedo e é formado em advocacia, mestre em Língua e Literatura e em Pedagogia. É considerado o escritor favorito da nova classe política do México.
Sendo dele ou não, o texto fala de algo que defendo muito, do que seja a verdadeira riqueza do ser humano.

“Tenho a intenção de processar a revista 'Fortune', porque fui vítima de uma omissão inexplicável. Ela publicou uma lista dos homens mais ricos do mundo e nesta lista não apareço. Aparecem: o sultão de Brunei, os herdeiros de Sam Walton e Mori Takichiro.
Incluem personalidades como a rainha Elizabeth da Inglaterra, Niarkos Stavros, e os mexicanos Carlos Slim e Emilio Azcarraga.
Mas eu não sou mencionado na revista.
E eu sou um homem rico, imensamente rico. Como não? vou mostrar a vocês:
Eu tenho vida , que eu recebi não sei porque e saúde, que conservo não sei como.
Tenho uma família, esposa adorável, que ao me entregar sua vida me deu o melhor para a minha; filhos maravilhosos, dos quais só recebi felicidades; e netos com os quais pratico uma nova e boa paternidade.
Tenho irmãos que são como meus amigos e amigos que são como meus irmãos.
Tenho pessoas que sinceramente me amam, apesar dos meus defeitos e a quem amo apesar dos meus defeitos.
Tenho quatro leitores a cada dia para agradecer-lhes porque eles lêem o que eu mal escrevo. (Esta achei ótima, agradeço também a você que me lê todos os dias!)
Tenho uma casa e nela muitos livros (minha esposa iria dizer que tenho muitos livros e entre eles uma casa).
Tenho um pouco do mundo na forma de um jardim, que todo ano me dá maçãs, o que iria reduzir ainda mais a presença de Adão e Eva no Paraíso.
Tenho um cachorro que não vai dormir até que eu chegue e que me recebe como se eu fosse o dono dos céus e da terra.
Tenho olhos que vêem e ouvidos para ouvir, pés para andar e mãos que acariciam; cérebro que pensa coisas que já ocorreram a outros, mas que para mim não haviam ocorrido nunca.
Sou a herança comum dos homens: alegrias para apreciá-las e compaixão para irmanar-me aos irmãos que estão sofrendo.
E tenho fé em Deus que vale para mim amor infinito.
Pode haver riquezas maiores do que a minha?
Por que, então, a revista "Fortune" não me colocou na lista dos homens mais ricos do planeta? "

Há pessoas pobres, mas tão pobres, que a única coisa que possuem é ... DINHEIRO.
Armando Fuentes Aguirre (Catón)

Não é pra se pensar? Claro que precisamos do dinheiro, sem ele não temos um teto, nem comida, nem vestuário, nem condições de nos educarmos e trabalharmos com prazer. A mensagem é que ter dinheiro não é ser rico. 
A célebre frase "dinheiro não traz felicidade", que agora é complementada com algumas outras, de gosto duvidoso, como "mas é melhor sofrer em Paris do que aqui", é sempre pensada, porque, de verdade, trazer felicidade ele não traz mesmo, mas que ele é necessário, bem vindo e esperado, sempre, claro que é.

A convidada e Simone de Beauvoir

Tinha que voltar ao assunto e cá estou. 
Difícil falar de uma autora famosa, mulher respeitada e admirada no mundo todo como intelectual, de vanguarda, uma filósofa.
Mas eu e Simone de Beauvoir não nos entendemos nessa primeira leitura.
                          (Um dos cafés preferidos, onde grande parte da história se passa, Le Dôme)

A convidada é um livro muito chato. Ponto.
Foi o primeiro romance de Beauvoir, no qual ela descreve a relação tormentosa de Françoise e Pierre, ele ator e ela escritora. A misteriosa Xavière, moça na faixa dos 20 anos e Françoise já com 30, vem para conturbar a relação dos dois, mas nitidamente é empurrada para os braços de Pierre pela própria Françoise, num triângulo amoroso bastante estranho.
A chegada iminente da 2ª guerra mundial é um pano de fundo bem raso, muito pouco explorado.
Os personagens são, segundo a própria Simone, meio autobiográficos, visto que Sartre realmente teve uma amante, com total conhecimento dela. E a vida dos dois foi sempre vivida entre amores que vinham e se iam, de ambas as partes.

                                  (Simone aos 50 anos)

O livro me prendeu porque eu quis ler algo da autora, tão famosa e preparada, uma feminista, uma mulher que esteve à frente do seu tempo. Nascida em 1908, tendo vivido até 1986, viveu seus anos dourados numa época onde a mulher não era vista como voz ativa em nada.
Não entendi como focalizar a Paris dos anos 30 sem fazer uma descrição de locais, a não ser dos cafés  que frequentavam.
Uma Paris onde se saia de casa às 11 horas da noite, onde se andava pelas ruas às 2 horas da manhã, onde se ia dormir com o sol nascendo. Pode ser que esta fosse apenas a vida dos artistas, ou pode ser que a boemia tenha sido a tônica da época.
Fui lendo com cuidado, pensando que, ela sendo filósofa, ia colocar frases perfeitas. Até encontrei algumas, mas não dá para serem citadas fora do contexto de todo o capítulo ou parágrafo.
Sou uma pessoa obstinada, vou fundo quando quero alguma coisa.
                        (Aos 78 anos, 1986, pouco antes de morrer)

Então, vou ler mais um romance dela e uma boa biografia que tenha sido escrita, para tentar entender melhor o livro.
O título do romance seria "Legítima defesa", mas foi recusado e ficou "A convidada".
Também não concordaria em legítima defesa...
Enfim, gostaria que vocês lessem e depois me contassem o que acharam.