Quem sabe?

Quem sabe de alguma coisa? Não se sabe quando se nasce, há apenas uma data provável. 
Que pode ou não coincidir.  
E muito menos sabemos quando morreremos. 
Entre um e outro acontecimento, muita água correrá e tudo se dará à nossa revelia? 
Ou claro que não?
Mas às vezes fico pensando se não há mesmo cartas marcadas. 
Por que alguém morre com câncer de pulmão, sem nunca ter fumado?
Ou com cirrose, sem nunca ter bebido?
Ou de AVC, sendo magra, com níveis excelentes de colesterol, triglicérides, glicose, etc., etc.?
Ou de um acidente, provocado por um louco, enquanto trafegava calmamente, na velocidade permitida, com todos os cuidados de um bom motorista?
Ou estava sentado no portão de casa, final de tarde, tomando uma fresca, e vem um carro e o atropela?
Tem vez que parece que todos têm mesmo sua hora, não?
E essa conversa fiada, sem motivo concreto, onde vai me levar?
Quero chegar ao momento de entender por que perseguimos tanto a tal da verdade, por que somos tão donos dela, tão aptos a falar o que pensamos e não saber calar. Sou muito falastrona e às vezes falo de uma maneira que parece cruel, mas só quero abrir os olhos da pessoa.  Há coisas que devemos guardar para nós, como nossas verdades, mas não necessariamente querer que a aceitem.
Acho que o dia em que conseguir me manter calada e serena, olhando tudo à minha volta e aceitando, sem querer mudar nada nem ninguém, serei mais feliz.
Quem sabe de si, realmente, sem se importar com "o que vão pensar"?
Quem pode de verdade, dar um f....-se e deixar o circo pegar fogo?
Quem não tem essa natureza, consegue mudar um dia?
Não está nos meus planos ser uma velhinha chata. Isso afasta as pessoas, ainda mais filhos e netos de hoje, individualistas, aqueles tais donos da verdade. (copiado da mãe, ou do pai? rs)
Sou teimosa e fico pensando que de tanto falar, "vai que cola!" e as coisas se ajeitam.
Não entendo pessoas sofrerem por algo que se alertou que não daria certo, vão lá, insistem, saem chamuscadas, mas não ouvem...
Como não fui filha rebelde, não contestava muito, nem tinha abertura pra isso, pois preferia acatar a "levar no lombo", não tenho paciência pra não ser ouvida. Mas isso pode ser arrogância, né? Penso nisso agora...
(sim, sou do tempo em que criança apanhava, sim, minha mãe era bem "batedeira", meu pai não, bastava olhar, mesmo assim há os que apanharam dele. E,sim, para mim um tapinha não dói e a melhor frase que conheço sobre isso é "melhor apanhar de pai e mãe que da polícia, mais tarde". Claro que com todas as ressalvas, concordo apenas que corretivo de pai e mãe não é surra, isso ninguém no mundo tem direito, bate-se mais por descontrole nosso do que pelo que a criança fêz. Então, quando notamos que estamos com muitos tapinhas, há algo errado com a criança, querendo chamar a atenção, não apanhar. Enfim, palmadinha no bumbum pra mim é corretivo, só não pode virar hábito, nunca existirá melhor maneira de criar filhos do que com atenção, carinho e respeito).
E me perdi no assunto, comecei de um jeito e fui pra outro lado, e tudo se embaralha na minha cabeça...
Acho que vou registrando e na hora de colocar as ideias, mistura demais...
Não sou dona da verdade, mas sou filha do Dono dela, já é alguma coisa...rsrsr

8 comentários:

Brechique da Dodoca disse...

Querida Lucia,
Quem é questionadora, quem pensa, quem reflete, não pára nunca, penso eu. E é bom. É bom refletir, perder-se nas reflexões, ir de um lado pra outro, revirar as questões: amplia-se a visão, muda-se o foco e nos tornamos mais flexíveis e piedosos, né não?
E vc acredita que, se sempe foi assim, reflexiva, questionadora, vai conseguir calar-se? Eu duvido, enfim, tenta, vai que dá certo? Eu não acredito, perdoe-me. E tá tão bom assim! Ah, deixa rolar, deixa falar, deixa ficar chatinha: quantos sapinhos vc já engoliu? Já não está de bom tamanho?
Bjsssssssssssss, quérida!

Lúcia Soares disse...

Você me conhece bem, viu? rsrs
Encontro de almas, pode crer! Sou isso mesmo! Boa semana, beijo!
(as letrinhas continuam lá, por isso a brincadeira no final do comentário. rs)

Cissa Branco disse...

Lúcia,

Comungo dessa esperança, vai que de tanto falar, cola. Mas falando bem sério, creio que não mudaremos e chegaremos ao ponto onde dirão: "Não adianta, tem que aceitar a pessoa assim mesmo, ela sempre foi desse jeito, não é agora que vai mudar", rs.
Quanto aos filhos, um tapinha é necessário às vezes.

Pense, repense, mude de assunto, misture tudo, essa é a essência. Porém creio que os ignorantes são bem mais felizes.
Grandes beijos e ótima semana

sheyla xavier disse...

Lucia, muitas verdades foram ditas ai. Concordo com tudo e é muito bom colocar pra fora seus pensamentos e devaneios.A tapinha faz um bom efeito em alguns momentos.
Coragem pra viver.
Uma bela semana!!!
Sheyla.

Clara Lúcia disse...

Oi, Lúcia...

Polêmica isso....
Mas muitos não aceitam ouvir e acatar por serem assim como vc é. Falastronas e donas do próprio nariz.
E também não é tão ruim assim, ir, fazer, cair, levantar. Isso faz a gente crescer. Geralmente só aprendemos qdo nos machucamos, qdo caímos, sofremos. Isso faz parte da maturidade. Processo normal.
E sabe, eu gosto dessas diferenças.
Eu tbm sou bem topetuda, mas aprendi a me conter e a prestar atenção somente no que me faz bem, e aceitar o outro como ele é. E ajudar também, qdo sou solicitada.
Mas ninguém consegue mudar ninguém. Isso é fato!
O importante é vc ser como é, se aceitar como é, se amar, e ser feliz assim.
O que os outros pensam ou dizem... não deve ser levado em consideração. Cada um tem sua vida e o que é bom pra vc, é péssimo pra alguém.
Viver hoje, viver bem, sem pensar em ser certinho demais ou querer abrir os olhos de todo mundo pros perigos, isso é romantismo que nós temos.
Ninguém sabe amanhã como vai ser. Podemos estar aqui do mesmo jeito ou podemos não estar.
E Deus, com sua sabedoria, não nos permite saber a data da morte. Só temos a certeza que um dia ela virá, e como ela virá e quando, é melhor nem saber.
Seja feliz, Lúcia, faça coisas que te agradem, não sofra por conta dos outros, que muitas vezes nem sabem o que vc sente.
Isso pode até ser egoísmo, mas eu não acho. Se vc é feliz, transmite isso pra todo mundo, e aí sim, alguém poderá até te ouvir e seguir seus conselhos. Mas tudo muito leve, muito discretamente.

Beijossss

Sou falastrona também....

Valéria disse...

Oi Lucia!
Vim agradecer sua visita e palavras sensatas, mas também amigas. Espero vivenciar este momento comtudo a que tenho direito.rsss
Gostei de seu texto e questionamentos, acho você muito verdadeira e sensata e muitas vezes assim como eu você arrebenta a boca do balão e mostra-se nos seus pontos de vista, doa a quem doer, isso é bom pois não guardamos, desabafamos o que nos incomoda, mas nos torna vulneráveis.
Beijinhos e uma ótima semana!

Heloísa Sérvulo da Cunha disse...

Lúcia,
Acho que entendo você, perfeitamente.
Também me pergunto se as cartas já não estão marcadas.
E, também, tenho que tomar cuidado (com os filhos), para não ouvir que "sou dona da verdade".
Já ouvi, mas procuro me policiar.
Acho que queremos passar nossa experiência, para evitar "quebradeiras". Há tempos atrás, ouvíamos "as vozes da experiência". Mas hoje, acho que cada um quer formar a sua, ainda que "quebrando a cabeça".
Beijo.

Roberta Salvanhini disse...

Nossa, estou adorando seus textos!! Preciso levar essa frase ao pe da letra... "Acho que o dia em que conseguir me manter calada e serena, olhando tudo à minha volta e aceitando, sem querer mudar nada nem ninguém, serei mais feliz." ... Certamente eu serei mais feliz agindo assim.... Beijooo